Notícias e Novidades

13 / September / 2024

O regresso à rotina dos animais de companhia

O período de férias traz momentos de felicidade e descontração aos tutores, mas, por vezes, nem tanto aos seus animais. Se, por um lado, há maior disponibilidade para brincadeiras, passeios e interação social, por outro, o animal pode ter de enfrentar uma série de desafios, como ficar num local desconhecido e ter de lidar com pessoas às quais não está habituado. Este comportamento é ainda mais notório e pronunciado quando falamos dos felinos. Como tal, por vezes, esta alteração de rotinas, pode criar ansiedade no animal e até no tutor.   Como pode o enfermeiro veterinário intervir, junto dos tutores, nestes casos? O que deve saber e que tipo de recomendações pode fazer, para ajudar a compreender estas alterações de comportamento e minimizar as suas consequências?   A socialização é um fenómeno de adaptação e é, em parte, neurologicamente programado em cães e gatos. Na prática, define-se como a tendência dos indivíduos se associarem ou se reunirem em grupos. Desta forma, o desenvolvimento da angústia relacionada com a separação pode ser visto como uma consequência da própria socialização. Para conseguirmos ajudar na prevenção ou minimização antecipada do problema, em primeira fase, devemos saber identificar e comunicar os fatores de risco associados a estas alterações comportamentais. São vários, os animais que vivem com um único ser-humano e esses têm maior probabilidade de desenvolver comportamentos associados a ansiedade por separação do que aqueles que vivem em lares com mais do que um morador. Dos fatores de risco mais frequentes, relacionados com mudanças no quotidiano destacam-se:   Um tutor que trabalha longas horas ou que sofre uma mudança no horário de trabalho; Viagens frequentes de trabalho ou lazer, onde se enquadram os períodos de férias; Um aumento no tempo que o proprietário passa com a família ou amigos; Novos elementos na família, animais ou bebés; Partida de um membro da família (por exemplo, divórcio ou morte); Morte ou remoção abrupta de outro animal de estimação.   Além disso, no caso dos gatos há, ainda, fatores mais propensos: gatos de abrigos, adotados após os 3 meses de idade, gatos que seguem os seus donos ao redor da casa, gatos castrados e gatos pertencentes a um único indivíduo, têm maior probabilidade de desenvolver ansiedade por separação. Como é sabido, animais de estimação mais velhos, podem ser menos toleráveis à mudança e ao stress em geral. As alterações cognitivas numa fase geriátrica, podem reduzir a capacidade dos animais idosos para lidar com a separação dos seus tutores e com as alterações no seu ambiente familiar. Hoje em dia, temos uma esperança média de vida maior dos nossos animais, por isso este fator é indicativo do aumento da incidência deste problema nos próximos tempos.   Os problemas de saúde também podem reduzir a adaptabilidade emocional e a capacidade cognitiva do animal de estimação. Desta forma, as condições médicas subjacentes devem ser consideradas em animais de estimação mais velhos com distúrbios comportamentais. Doenças metabólicas e outras doenças associadas ao envelhecimento (por exemplo, surdez, cegueira e osteoartrite) também devem ser considerados fatores de risco. Em relação aos sinais comportamentais/emocionais verificados na ausência dos donos ou no período de adaptação a uma nova rotina, os mais frequentes são: apatia, perda de apetite ou alteração nos padrões de alimentação, vocalização excessiva, agitação, alterações no ciclo sono-vigília, comportamentos destrutivos (por exemplo, plantas, objetos pessoais do tutor) e micção/defecação em locais inadequados. É muito importante relembrar que os gatos podem apresentar estes comportamentos, mas, na maioria dos casos, de forma mais subtil, não devendo, ainda assim, ser desvalorizados.   Existem algumas estratégias a adotar antes da partida e no regresso, que podem ajudar a reduzir a probabilidade de ocorrência destes comportamentos ou diminuir a sua intensidade. Os eventos que ocorrem imediatamente antes da saída ou à chegada do tutor, devem ser tão calmos quanto possível. Por exemplo, os rituais de saudação são comuns. No entanto, a exuberância das saudações, por parte do tutor, pode criar inquietação no animal. Pode ser recomendada ao tutor e a todos os que vivem na mesma casa, uma mudança na forma como interagem com o animal sempre que entram e saem de casa, devendo ser evitadas as interações muito demoradas e emotivas. Esta recomendação educativa deve, preferencialmente, ser transmitida aos tutores na fase de educação e socialização de um cachorro e gatinho, pois este tipo de medida deve ser adotado ao longo do ano, de forma a evitar com mais eficácia as frustrações que podem ocorrer no animal, aquando da ausência do tutor. Nos cães, uma longa caminhada antes da partida e a apresentação de um brinquedo novo e interativo (por exemplo, dispensadores de biscoitos), vão ajudar a promover uma associação positiva com a ausência do tutor. Nos gatos, também brinquedos didáticos, que implicam resolver situações simples ou desenvolver novas competências para obter uma recompensa, são uma boa opção, pois permitem mantê-los entretidos, estimulando o seu instinto predatório natural, o que contribui, também, para diminuir o sedentarismo.   Deveremos sempre reforçar a ideia de que o regresso à normalidade é feito de forma gradual, devendo o tutor estar preparado para lidar com alguns destes comportamentos, mesmo quando já se encontra novamente em casa, depois do período de férias. Como vai ser necessário um período de adaptação para o animal que veio de um sítio diferente ou para o que ficou sozinho, é previsível que estes comportamentos se possam prolongar durante alguns dias e até semanas após o regresso à rotina.   Bibliografia: Risk factors and behaviors associated with separation anxiety in dogs - G Flannigan , N H Dodman Separation anxiety syndrome in dogs and cats - Stefanie Schwartz Identification of separation-related problems in domestic cats: A questionnaire survey Daiana de Souza Machado, Paula Mazza Barbosa Oliveira, Juliana Clemente Machado, Maria Camila Ceballos, Aline Cristina Sant'Anna

27 / November / 2022

A domesticação vs Antropomorfização

Não é seguro afirmar que o Neolítico trouxe a domesticação, mas é absolutamente óbvio que os nossos antepassados rapidamente perceberam a mais-valia de sinergias com o mundo que os rodeava, os animais não foram exceção. Com esta premissa podemos e devemos partir para uma compreensão da natureza humana na sua relação com os animais, muito mais numa óptica de parceria que em muito nos beneficia, levando a que, no correr dos tempos fizéssemos opções diferenciadas em cada caso, ora acompanham, ora alimentam, ora apoiam no trabalho e na sobrevivência comum.   Em qualquer escolha, os animais tiveram e têm um lugar muito claro ao nosso lado, e foi sempre esse, ao lado e do nosso lado, ainda que nem sempre o consigamos compreender, pelo menos não todos nós. Nesta relação, animal-humano, surgiu o conceito de bem-estar que segundo a WSAVA (The world small animal veterinary association) o “Bem-estar animal consiste num bom estado físico e psicológico, social e ambiental dos animais”, a avaliação do bem-estar tem como base cinco necessidades básicas das quais: a necessidade de ambiente, alimentação e alojamento adequado e a necessidade de poder expressar os padrões normais do seu comportamento.   Ora, feita esta ref lexão, cumpre viajar aos tempos modernos no mundo da veterinária, principalmente o da enfermagem. Aqui, a noção de comprometimento é por demais evidente, não podendo evitar o contacto próximo com tutores e seus protegidos, companheiros de viagem, muitas vezes os únicos na vida afetiva dos nossos clientes.   Na conexão que se estabelece entre humanos e seus animais de estimação, é frequente depararmo-nos com uma humanização de animais de companhia que, relevando o devido respeito, em nada são dignas, passando a merecer um olhar mais atento e, sobretudo, uma atitude esclarecedora. Genericamente, o antropomorfismo define-se como a atribuição de características humanas aos animais ou objetos. O respeito pelo espaço e pelas necessidades diferenciadas enquanto seres que partilham um mesmo mundo, não podem nem devem ser alteradas, sob pena de mutilarmos o normal e saudável desenvolvimento das espécies e sua evolução no todo. Assim, o ato de domesticar não deve ser confundido com o ato de humanizar, embora separar estas duas ações seja, por vezes, difícil.   Hoje, os animais de estimação ocupam um lugar de destaque na nossa sociedade e são vistos como um membro da família. Estes “melhores amigos” que nos acompanham no nosso dia-a-dia ajudam a colmatar sentimentos como a solidão e tristeza ou ausência de objetivos em que os afetos são, porventura, os mais importantes. Há ainda evidência científica que sugere que a obtenção de animais de estimação, diminui o risco de doença cardiovascular em adultos e que em crianças, transporta benefícios cognitivos e de educação. Alguns comportamentos de antropomorfismo incluem vestir o animal, realizar festas de aniversário para o animal de estimação, sentar o animal à mesa, pintar as unhas e o cabelo, usar perfumes, levá-lo a passear em marsúpios ou carrinhos de bebé, serem meninos de alianças em casamentos e realizar perfis de redes sociais para o animal como se de uma pessoa se tratasse. Estes comportamentos têm vindo a aumentar ao longo do tempo e muitas vezes advêm de uma dependência exagerada pelo animal, em que os seus tutores tentam preencher os seus vazios emocionais e psicológicos. O animal é, muitas vezes, visto como um substituto emocional e pessoal, como por exemplo um filho.   A antropomorfização pode trazer benefícios para o animal ref letindo maior bem-estar, mais e melhores cuidados veterinários e melhor alimentação, nestes casos notamos também que há uma maior disposição do tutor para enfrentar qualquer despesa financeira, mas não só deste “investimento” vivem os nossos animais. Este fenómeno que não trouxe só benefícios para o animal, mas também para o seu tutor, uma vez que contribui para a sua saúde emocional, revela-se, contudo, profundamente nocivo à evolução natural das próprias espécies, podendo, no limite, ser razão de maior fragilidade dos animais, mais doenças e sobretudo, um fim mais precoce. Senão vejamos. Embora, a antropomorfização seja sinal de amor e cuidado pelos nossos animais, pode também trazer transtornos sérios ao animal, alterando o seu comportamento, qualidade de vida e bem-estar. Temos como exemplos: um animal que realize passeios num carrinho bebé irá ter mais problemas articulares por desuso dos membros; o uso de tintas, vernizes e perfumes podem despoletar alergias além de que pode interferir na socialização; o uso de medicação humana em animais como por exemplo o paracetamol pode custar-lhe a vida.   Um animal exageradamente humanizado pode deixar de realizar alguns comportamentos típicos da sua espécie impedindo-os de socializar com outros da mesma, interferindo assim com umas das necessidades básicas de bem-estar. Há, em alguns casos, uma perda de identidade do animal que, pode levar a comportamentos de frustração, stresse e até mesmo de agressividade. Em clínica, podemos ver animais que não querem sair do colo do dono ou da mala pois veem-se como extensão do seu dono e não como animais que são. Aqui o perigo é identificado pelo enfermeiro/a que faz o acolhimento, a quem compete uma postura esclarecedora, amigável, meiga, contudo assertiva. Cabe assim, ao veterinário e enfermeiro veterinário consciencializar o tutor do animal para que sejam criados limites na sua domesticação de forma a não comprometer a saúde do seu melhor amigo.   Esta consciência, nem sempre fácil de transmitir a tutores mais fechados sobre si e os seus animais, é uma árdua tarefa que acaba nos ombros do/a enfermeiro/a veterinário/a e na sua condição de obrigatoriedade pedagógica e didática, no mundo das relações da veterinária e os tutores de animais de estimação. Os animais devem ser educados e tratados corretamente de forma a considerar as suas necessidades, não caindo no exagero pernicioso que leva à antítese da intenção inicial.   Por isso, por mais engraçado que seja, ver um cão vestido ou até a andar de skate convém não esquecer que estes são animais e temos a obrigação de atender às necessidades da sua espécie, permitindo-lhes uma vida plena e feliz no seu contexto. Aqui sim revela-se o verdadeiro tutor.   Alexandra Cardoso, in Veterinária Atual   *Artigo de opinião publicado originalmente na edição nº 165 de novembro de 2022 da VETERINÁRIA ATUAL

15 / November / 2022

A doce Carolina é uma gota no oceano de pessoas abafadas pela opressão e vergonha de assumir a magoa que existe ao fim do dia.

Uma nota de pesar é algo simples e “fácil” de se fazer, até existem protocolos para isso, mas tem sido muito difícil dissociar o profissionalismo do sentimento de amizade que tínhamos pela Carolina. Já correram muitas linhas com motivos e justificações sobre o que aconteceu, voltou a falar-se da saúde mental e da urgência de estarmos atentos. Já formos deparados com tantos acontecimentos e ao mesmo tempo nada muda.   É importante passarmos dos esquemas e da teoria à ação, deixarmos de lado os falsos moralismos e as nobres publicações nas redes sociais e sermos mais humanos no dia-a-dia, que é isso que faz a diferença.   Quem conhecia a Carolina sabia que era uma menina inteligente, cuidadosa, querida e muito preocupada com os outros. Mesmo com o turbilhão de emoções que lhe corriam presenteava todos com a sua doçura e o seu sorriso. A AEVP, quer fazer sentir que na nossa profissão temos de lidar situações e emoções divergentes no dia-a-dia, quem trabalha com vidas é assim mesmo. A nossa imagem é passada para fora como os que “andam com os animais que adoram ao colo e a fazer miminhos”, e isto abafa o que não partilhamos: a perda, a injustiça, o stress, o excesso de trabalho, a incapacidade de salvar todas as vidas no decorrer do dia, a gestão dos clientes e tantas outras causas que nos levam a um esgotamento. É fundamental criar uma rede de ajuda, até fiscalização sobre as equipas e horários de trabalho, que a formação sobre saúde mental não se limite a webinares esporádicos, mas sim que seja lecionada desde a faculdade, ou diríamos até desde o ensino básico e que haja formação continua orientada para a futura profissão.   A Veterinária é muitas vezes vista pela sociedade como uma profissão de bons samaritanos que têm a obrigação de cuidar dos animais, sendo apenas nós os responsáveis por tal. O facto de nós trabalharmos com paixão imensa, não anula que sejamos pessoas a ganhar a vida, contas para pagar e tudo o resto, por isso é importante ressalvar que o problema é mesmo muito maior e tem muitas ramificações a tratar, por isso é urgente que comecemos por algum lado.   Infelizmente, a doce Carolina é uma gota no oceano de pessoas abafadas pela opressão e vergonha de assumir a magoa que existe ao fim do dia. Expressamos mais uma vez um imenso pesar pelo falecimento da nossa amiga. Neste momento de dor e tristeza a AEVP está solidária com a família, amigos e com os colegas da Clínica Veterinária do Carandá.

22 / August / 2022

Aprender a trabalhar em equipa é fundamental

Quantos já ouvimos “Não vais conseguir mudar o mundo sozinho(a)”? – todos nós, contudo o importante não é a mudança sozinhos, mas sim fazer parte da mudança.   Um dos grandes motores deste novo percurso, o seu maior segredo talvez, reside em aprender a trabalhar em equipa. Assim se conquistam sonhos e objetivos. Envolvidos e como parte integrante da mudança.   Todos temos consciência da sociedade atual, regulada pela competição e pelo individualismo, em grande parte por força de uma educação dependente de valores de outras épocas e, por outro lado, vinculados às tradicionais matérias e meios de ensino. Dizem-nos para ser os melhores, ou pelo menos não ser os piores, por vezes, trazem o que há de mais individualista e competitivo em nós, que estava adormecido, ou ainda não verdadeiramente desperto para uma hostilidade que em nada nos ajuda. Acordamos desse mundo doce… violentamente. Já todos vivemos momentos de euforia, baseados num sucesso que, na verdade, resultou apenas da constatação do lugar de colegas ou pares, que tiveram resultados de aprendizagem inferiores ou só diferentes dos nossos. Mas sentimos esse poder, em solidão por opção.   Nos tempos atuais, felizmente e principalmente no mercado de trabalho, assistimos à valorização da equipa. Do trabalho em grupo. Qualquer oferta de emprego faz referência ao trabalho em equipa, este é um pilar que, cada vez mais, as empresas e organizações procuram que esteja bem firme, seja forte e bem alicerçado de forma que, ao contratar ou aceitar alguém novo, esperam e desejam que se reforce ainda mais.   Atualmente, já é considerada uma competência essencial, professional skills para todos, principalmente em equipas multidisciplinares. Aqui há um desgaste cada vez maior no desempenho de trabalhos diferenciados, mas paralelamente evidencia-se a necessidade da equipa, para um desempenho na perfeição.   Pensando, num exemplo simples e prático, um(a) enfermeiro(a) veterinário(a) ainda sem experiência, e que ingressa no mercado de trabalho, se conseguir integrar numa equipa de enfermagem que lhe transmita, calma, confiança e que na dúvida, estará e   haverá sempre alguém com quem partilhar e criar soluções, este profissional vai ser futuramente forte e confiante, porque aprenderá a trabalhar na base que lhe foi transmitida desde o início. Quando chegar a sua altura de acompanhar alguém com menos experiência, poderá demonstrar o bom profissional que se tornou. O exemplo multiplica-se tanto no bom como no mau e, na verdade, custa tanto fazer um como outro, é uma questão de escolha inteligente.   Se desde o início entrasse num meio em que se trabalha na base do individualismo e competição, todos sabemos que, muito provavelmente, não vai conseguir alcançar o seu potencial de forma exponencial. Na verdade, estará preocupado(a) em ser melhor que os outros e não tanto com o seu crescimento como profissional.   Infelizmente, sabemos que existem ainda alguns locais de trabalho com estas premissas, mas também nós, como seres individuais, podemos e devemos incitar à mudança, pela nossa saúde mental e a nossa evolução pessoal, bem como pela nossa grande motivação que são os animais, os pacientes que cuidamos. Sabemos que há casos extremamente complexos e que se a equipa não estiver no seu melhor, não seremos capazes do cumprimento integral da nossa missão, fazer o trabalho que ambicionamos e fazer como enfermeiros veterinários! Estritamente no âmbito das suas competências.   O trabalho em equipa difere claramente do trabalho individualista ou competitivo. Numa perspetiva em que cada um de nós se foca na conclusão da tarefa para obter os resultados esperados, ou em competir com outros colegas para alcançar esses mesmos resultados, almejando alcançar somente os seus próprios objetivos, claramente não é trabalho de equipa.   Já numa situação em que os profissionais têm de trabalhar em conjunto, pois os objetivos serão alcançados se, e somente se, cada membro da equipa os atingir, são essenciais os conhecimentos e o esforço de todos os membros, isto é trabalho em equipa. Citando Virginia Burden, “A cooperação é a convicção plena de que ninguém pode chegar à meta se não chegarem todos”.   É simples e evidente verificar, que o trabalho em equipa tem imensa importância e benefícios para os profissionais, as empresas e organizações. Maior eficiência, dividindo tarefas complexas em mais simples e trabalhar de forma complementar; Inovação, há inúmeras maneiras de resolver um determinado problema, com diferentes perspetivas encontraremos a mais eficaz, estimulando o processo cognitivo de toda a equipa; Automonitorização, os colegas de equipa acabam por observar e monitorizam, pois dependem da qualidade do trabalho do outro profissional, isto minimiza erros, por vezes fatais, ou que haja descuido e desmotivação por parte dos profissionais; Co aprendizagem, quando trabalhamos no mesmo espaço aprendemos a reconhecer as nossas capacidades e limitações, uns dos outros, e vamos acabar por limar erros e ajudar a melhorar o desempenho do todo; Bom ambiente de trabalho é algo que se propaga facilmente por todo o local de trabalho e tem impacto direto no desempenho, na produtividade e na qualidade das tarefas realizadas.   É obvio que trabalhar em equipa é uma tarefa bastante exigente, é necessário comunicação, união, disciplina, trabalho e profissionalismo, mas comunicação eficaz é um dos fatores fulcrais, ter capacidade de ouvir e aceitar todas as opiniões é uma mais-valia. A partilha de informação também é muito importante, pois guardar para nós o que sabemos, não vai ser valor acrescentado, ao partilhar e ensinar os outros, vamos dar oportunidade a alguém de crescer enquanto profissional, mas também enquanto pessoa.   É fundamental olhar para o trabalho em equipa como uma possibilidade de crescimento,  de troca de ideias, de adquirir conhecimentos e até de construir/potenciar amizades, é muito comum fazermos amigos para a vida nos locais onde já estudamos e trabalhamos, pois para o sucesso há que saber desdramatizar situações difíceis, estar sempre com foco e motivação nos objetivos finais assim acabaremos por criar uma forte união com todos os elementos, mais próximos ou nem tanto, mas a  equipa sai reforçada.   É muito comum ouvir a expressão “Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe” (Clarice Lispector). Todos já tivemos oportunidade de comprovar isto ao longo da nossa vida pessoal, como estudantes e como trabalhadores. Não é fácil trabalhar em equipa, muitas vezes implica moldar-nos e mudar estratégias, várias vezes. A trabalhar em equipa as nossas falhas e erros são facilmente detetadas pelos outros, mas o certo é que vale todo o esforço, o compromisso máximo de todos os elementos, para chegar mais além e cumprir os objetivos que já ambicionamos cumprir há muito!   “Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória” (Henry Ford).   Filipa Martins, in Veterinária Atual *Artigo de opinião publicado originalmente na edição nº 161 de junho de 2022 da VETERINÁRIA ATUAL

04 / July / 2022

Estudo sobre Resistências a Antibióticos – Perceção dos Enfermeiros Veterinários

Estudo sobre Resistências a Antibióticos – Perceção dos Enfermeiros Veterinários   És Enfermeiro Veterinário a exercer, ou que já tenhas exercido em Portugal, na área de enfermagem veterinária de animais de companhia? É preciso a tua ajuda!   O presente estudo insere-se num projeto de dissertação no âmbito do Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão, Qualidade, Ambiente e Segurança (MSIGQAS) no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA). Este estudo tem como objetivo analisar o conhecimento dos Enfermeiros Veterinários face às resistências aos antibióticos, bem como às boas práticas preventivas a praticar em contexto de trabalho. São alvo deste estudo Enfermeiros Veterinários a exercer,ou que já tenham exercido em Portugal, na área de enfermagem veterinária de animais de companhia. Neste âmbito, convidamo-lo/la a responder a algumas perguntas sobre o assunto, que envolverá a recolha de informação relativa a caraterísticas sociodemográficas, contextualização do exercício da profissão e das práticas clínicas exercidas e o conhecimento adquirido relativo à temática. O preenchimento do inquérito deverá demorar aproximadamente 7 minutos.   A privacidade e a proteção dos dados estão de acordo com o Regulamento Geral de Proteção de Dados da UE. Os dados recolhidos serão utilizados para fins de investigação científica e serão mantidos pelo período de tempo necessário para o tratamento dos mesmos e para a sua divulgação, que se prevê ser de aproximadamente 5 anos. A segurança e a proteção dos dados é assegurada através do armazenamento dos mesmos, num equipamento protegido por palavra-passe, acedido apenas pelos investigadores.  A confidencialidade e a privacidade dos dados são garantidas pelo anonimato das respostas.    Vamos todos colaborar com este estudo da do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).   Acede aqui ao link para o inquérito e demais informações sobre a pesquisa.